Ora, o proceder correto não seria provar para si mesmo, com a Bíblia, se aquilo que estudamos é ou não a verdade? As pessoas receptivas da cidade de Beréia foram elogiadas porque examinavam as Escrituras, “cada dia”, para ver se aquilo que Paulo e Silas lhes disseram era a verdade:
“Ora, estes últimos eram de mentalidade mais nobre do que os de Tessalônica, pois recebiam a palavra com o maior anelo mental, examinando cuidadosamente as Escrituras, cada dia, quanto a se estas coisas eram assim.” – Atos 17:11
Quão profundo era este exame? A revista Despertai! 8/10/91, página 13, explica:
De modo similar, não é este o proceder razoável a adotar com respeito à mensagem proclamada hoje pelas TJs (Testemunhas de Jeová)? Se você é zelosa TJ, pare e reflita com honestidade: Até que ponto mostro “mentalidade nobre” como os bereanos “fazendo sondagens cuidadosas para confirmar se é verdade aquilo que” ensina os do Corpo Governante (liderança máxima que define todo os ensinos e práticas das Testemunhas de Jeová)? Aquele que faz disso um costume regular na vida é considerado feliz. (Sal. 1:1, 2) Note o que diz o Corpo Governante:
Se parássemos aqui, o público em geral teria a feliz impressão de que as TJs têm um só pensamento: são 100% favoráveis ao “proceder [investigativo] seguido pelos bereanos”. Contudo, a decepção começa quando percebemos quão abrangente é este “endosso”.
DOIS PESOS ― “DETESTÁVEL PARA JEOVÁ”
Talvez conheça as palavras de Provérbios 20:23:
“Dois tipos de pesos [um que dá à pessoa, quando compra, uma vantagem injusta, e outro que a habilita a tapear outros quando vende] são algo detestável para Jeová.”
Se você é TJ, talvez ainda não tenha percebido que a anunciada liberdade bereana de “examinar cuidadosamente” o ensino distribuído pelo “escravo fiel e discreto” (= Corpo Governante) é concedida apenas ao público externo. Para quem já é membro, o “escravo” não concede esta autorização. Se você é TJ, então, é prova viva de que isso é verdade! Afinal, se sair por aí dando uma de bereano dizendo que vai esmiuçar ou “submeter à prova” o ensino do “escravo” a fim de verificar se se originam de Deus, certamente não será visto com bons olhos, será?
Pode ser muito doloroso para uma TJ dar-se conta de que o “peso”, isto é, a instrução para os de fora é X, e para os que já tem a marca da Sociedade é Y. Francamente, é muito triste ler na Sentinela 15/8/81, página 19, algo assim:
Assim, o ponto de vista da liderança quanto a necessidade de se verificar o alimento vindo dela mesma – o “instrumento que Deus usa” – é bem claro: “uma vez verificado”, sempre verificado! Não há necessidade de verificar cada novo “alimento” vez após vez. Daí para frente, você terá que aceitar automaticamente tudo o que disserem – confiando que nada lhe será prejudicial.
Ensinam que madureza cristã é “aceitar genuinamente o pleno conjunto da verdade cristã, sem mais duvidar, questionar ou desafiar todo novo pensamento” trazido nas publicações – A Sentinela 15/12/82, página 9, parágrafo 17. Afinal, segundo explica a revista A Sentinela 1/3/86, página 5, “à medida que aprender as verdades bíblicas com a ajuda dessas publicações, você passará a entender exatamente… todo o conjunto de ensinos cristãos que se encontram na Palavra escrita de Deus que contém a verdade — a Bíblia.”.
Assim, em contraste com as admoestações para os de fora, espera-se que cada Testemunha…
“PRESUMA que os ensinos da organização religiosa com que se associa estejam em harmonia com a Palavra de Deus”;
CREIA que “todos os ensinos e práticas dela se baseiem na Bíblia… em todos os sentidos”; e
Acredite que NÃO “é importante que nós mesmos examinemos se se baseiam ou não”.
Caso contrário, o “escravo” já decidiu qual será a reação de Deus: “Jeová certamente não se agradará”. Diante disso, qual das coagidas TJs ousaria fazer algo que ― segundo a liderança ― “certamente” desagradaria a Jeová?
EXAME CUIDADOSO ― SÓ PARA OS NÃO-BATIZADOS?
Mas, não estaria a liderança certa ensinando que a averiguação de “todos os [seus] ensinos e práticas” seja limitada aos iniciantes e não aos que já estão no suposto “caminho da verdade”, talvez por vários anos? O que realmente dizem as Escrituras? Considere você mesmo:
“Amados, não acrediteis em toda expressão inspirada, mas provai as expressões inspiradas para ver se se originam de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora.” – 1 João 4:1.
Estas palavras não foram escritas aos que estavam fora, mas aos “amados” membros da congregação cristã… De fato, o próprio Jeová, ao inspirar a escrita do apóstolo João, instruiu aos “amados” a “provar” aquilo que recebiam como alimento espiritual! Deveriam fazer isso “para ver se se originavam de Deus” ou se, na realidade, continha algo prejudicial!
Tem você feito o mesmo com respeito aos ensinos das TJs? Raciocine: Se até mesmo “expressões inspiradas” deveriam ser “provadas”, quanto mais deveriam ser as palavras não inspiradas do “escravo”! Como podem determinar que aquele que põe à prova seu ensino “desagrada” a Jeová se Ele mesmo espera que façamos isso?! Assim, é só natural indagar: Por que o Corpo Governante condena tanto que seus adeptos realizem tal “prova”?
Em contraste, os legítimos cristãos ungidos esperavam que esta “prova” incluísse suas próprias declarações. Note o que escreveu o apóstolo Paulo – que “fazia parte do corpo governante cristão do primeiro século” (A Sentinela 1/12/85, p. 32):
“… mesmo que nós ou um anjo do céu vos declarássemos como boas novas algo além daquilo que vos declaramos como boas novas, seja amaldiçoado” ― Gálatas 1:8.
A expressão “mesmo que nós… vos declarássemos” é prova incontestável de que o ensino dos próprios apóstolos deveriam sim ser profundamente examinados!
Os ouvintes de Paulo mostrariam ser maduros fazendo exatamente o oposto do que disse a Sentinela já mencionada! Mesmo os ungidos apóstolos escolhidos diretamente por Jesus Cristo deveriam ser “amaldiçoados” caso declarassem “algo além” ou diferente da vigente boas novas! Ao fazer com que Paulo, o apóstolo, registrasse estas palavras, Jeová revela seu desejo de que nunca aceitemos cegamente algum ensino sem “duvidar, questionar ou desafiar todo novo pensamento” declarado. Quão diferente dos “ungidos” líderes das TJs! Eles não querem que nenhuma Testemunha de Jeová faça isso de jeito algum! E lutarão contra tal possibilidade. Por exemplo, leia e espante-se com a comparação genérica e ameaçadora do Corpo Governante aos que – seguindo as orientações bíblicas – procuram “prová-lo” e “examiná-lo cuidadosamente”:
Certamente, não é apropriado questionar a Deus como fez Satanás! Ora, e quem está dizendo para fazer tal coisa? Não é disso que tratamos aqui! Veja bem: Os leitores de A Sentinela são fortemente advertidos de que questionar até mesmo o mero “conselho” da auto proclamada “organização visível de Deus” age como Satanás! Repito: nem mesmo o “conselho” pode ser questionado! A mesma revista, em outra edição, diz:
Não há espaço para algum bereano! Segundo o “escravo”, apenas alguém sob influência satânica faria tal “exame” em suas publicações! Apenas se o “conselho” não for dado pelo “escravo” é que “deve ser analisado com base na orientação sólida da Palavra de Deus.” (A Sentinela 1/7/05, p 31.) Na realidade, espera-se que todos os membros aceitem de olhos fechado todo o ensino que é dado mediante as publicações – sem nenhum tipo de “prova”.
A dura realidade é: Se alguma Testemunha de boa vontade questionar a dita “organização visível de Deus” [ou quando esta declarar “algo” como “boa nova” – tal qual um “novo entendimento”, “ou criticarmos o modo como certo assunto é tratado”, ou mesmo “criticarmos os métodos de instrução”] – a própria pessoa é que “será amaldiçoada”! Rapidamente receberá títulos depreciativos tais como “fraca na fé”, “rebelde”, etc., com grande chance de ser expulsa caso não deixe seu “erro”! Quão diferente é isso do espírito apostólico que vimos acima em 1 João 4:1 e Gálatas 1:8!
“Se o reconhecermos [a Jeová] plenamente como Grandioso Instrutor, não poremos em dúvida nem criticaremos os métodos de instrução que a classe do “escravo fiel e discreto” de Jeová usa atualmente. – – A Sentinela 1/1/86, página 30.
Em resumo, a idéia desesperada que a Sociedade persistentemente incute à seus adeptos é bem ilustrada na Sentinela 1/12/84, página 12:
b) “confiança absoluta” – A Sentinela 15/8/98 p. 20.
c) “completa confiança” – Jovens Perguntam cap. 28.
d) “confiar plenamente… total confiança” – Organizados Para Fazer a Vontade de Jeová p. 20-21.
e) “plena cooperação” – A Sentinela 15/11/2005 p. 31.
f) “confiar plenamente no discernimento, entendimento e orientação que o escravo nos proporciona…” – A Sentinela 15/02/09 p. 24
Caro leitor TJ, não deseja que sua adoração seja em vão, deseja? Portanto, é importante sim que examine profundamente o que é ensinado pela organização religiosa com que se associa. Neste sentido, note o que o Corpo Governante, num ar de sabedoria, recomenda (para os que estão em outra organização, é claro!):
Caro leitor TJ, em vez de simplesmente ir às ruas pregar que outros apliquem as admoestações acima, decida no seu coração praticá-las em seu próprio caso. Isso é necessário. Compreenda que somente dessa forma agirá em harmonia com o princípio bíblico estabelecido em Romanos 2:21-22:
“tu, pois, que ensinas outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas: “Não furtes”, furtas? Tu, que dizes: “Não cometas adultério”, cometes adultério? Tu, que expressas [a tua] abominação dos ídolos, roubas templos?”
Aplique em sua vida o conselho da Despertai! 8/1/89 pp. 6-7:
Sendo assim, convido-o a realizar sondagens cuidadosas para verificar se é bíblico “tudo o que [a organização] tem publicado ao longo dos anos como “alimento espiritual”. E verificar também, como afirmado na Sentinela 15/02/09, página 24, se, de fato, “a classe-escravo estabeleceu bons antecedentes…”, e se “seus membros permanecem virgem em sentido espiritual por não se aviltarem com as crenças e práticas de “Babilônia, a Grande”… e, finalmente, averiguar se “não se ‘acha na sua boca’ nenhuma falsidade doutrinal e eles permanecem sem ‘mácula’ do mundo de Satanás…”.
Durante sua pesquisa, lembre-se sempre: Obter as bênçãos da Sociedade “depende de estar 100 por cento certo” de que o alimento espiritual provido por ela sempre é benéfico e verdadeiro. Assim, se discordar 0,1% de algum ensino, estará em desarmonia com este requisito da organização. — Despertai! 8/9/87, página 11.
Os mais de 800 artigos críticos indicados no site http://indicetj.com será de valia neste necessário exame. Considere-os com a detida atenção e a indispensável atitude bereana. Aquele que ama a verdade NÃO terá medo. Nunca esqueça a verdade expressa por Jesus em João 3:20, 21:
“Pois quem pratica coisas ruins odeia a luz e não se chega à luz, a fim de que as suas obras não sejam repreendidas. Mas, quem faz o que é verdadeiro se chega à luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas como tendo sido feitas em harmonia com Deus.”
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